22 de fevereiro de 2016

GRANDE BUSTOS, TERRA LINDA!


Joaquim da Rocha Brites presidiu à sessão

 Francelina Drummond evocando António Francisco dos Reis

As comemorações do Dia de Bustos tiveram este ano um dinamismo e envolvimento popular digno de nota. No dia 18 de Fevereiro brilharam os alunos do IPSB que apresentaram um trabalho sobre Bustos e os seus emigrantes. No dia 20 encheu-se o salão nobre da junta de freguesia para assistir à apresentação do livro “Terra adotada: relato de um emigrante” de António Francisco dos Reis. A presidência da sessão foi entregue a outro emigrante, Joaquim da Rocha Brites, que tendo recebido a Comenda da Ordem de Mérito da Republica Portuguesa, foi desta vez homenageado pela Junta de freguesia. Comovido, Joaquim da Rocha Brites, 94 anos, agradeceu a distinção.   
A sessão contou com a participação da Dra Francelina Drummond, responsável pela descoberta e publicação do manuscrito no Brasil, que veio de Ouro Preto para evocar António Francisco dos Reis. E foi emocionante assistir ao encontro de familiares, brasileiros e portugueses, que se puderam conhecer graças à publicação de um livro.
O grupo de Cantares de Bustos encerrou a celebração com o encanto das suas interpretações de música popular.

O almoço reuniu 200 pessoas

ALMOÇO-ESPECTÁCULO

No domingo encheu-se o salão das Obras Sociais num almoço que esgotou lotação com a presença de 200 pessoas. Num aprimorado trabalho da ABC que organizou o espetáculo e a ementa, e tendo por anfitrião o presidente da associação, Óscar Santos, que ao longo da tarde foi anunciando os artistas que se apresentaram em palco. Foram muitos. Tudo começou com a presença do jovem guitarrista de 14 anos, Romeu, que interpretou dois temas e acompanhou Maria Duarte Prazeres na leitura de poesia. Seguiu-se o grupo Genda da Companhia de Dança de Aveiro e Zé Lu Martins Pereira, com dança contemporânea e clássica. 
.O momento mais empolgante aconteceu com a participação da Companhia de Teatro Viv'Arte - Laboratório de Recriação Histórica que evocou a descoberta no Brasil e a carta de Pero Vaz de Caminha. Recordando os Bandeirantes o grupo culminou a sua atuação rodeando o comendador Joaquim da Rocha Brites, o homenageado.Já estava o leitão servido quando o advogado João Teixeira pegou na viola para interpretar alguns fados de Coimbra. O almoço espetáculo haveria de terminar, já depois das 19 horas, com a animação do Amadeu Mota que levou a que as mesas fossem afastadas dando espaço para a bailação.

Joaquim da Rocha Brites saudando Horácio Reis Pedreiras

Momento especialmente marcante aconteceu quando o homenageado, Joaquim da Rocha Brites, sabendo das dificuldades de algumas associações bustuenses ofereceu os seguintes donativos que logo foram entregues: Cinco mil euros para a Associação do Orfeão, cinco mil euros para as obras sociais da igreja e 15 mil euros para a ABC. Disponibilizou ainda sete mil euros para que uma próxima equipa dirigente possa liquidar a divida da União Desportiva de Bustos à Federação Portuguesa de Futebol e recuperar este emblema da terra.
Mas este não foi o único momento solidário já que todos os que colaboraram no evento o fizeram gratuitamente e outros donativos foram entregues estando essa informação disponível aqui. O álbum de fotografias do evento pode ser visto no facebooK.

21 de fevereiro de 2016

A Revista National Geographic - Portugal chegou a Bustos. “Extremófilos - A Vida no Limite”.

A Revista National Geographic - Portugal chegou a Bustos
Milton Costa: “Extremófilos - A Vida no Limite”
composição imagem - s.m.f.

A “National Geographic Society” dos Estados Unidos publica uma revista mensal mundialmente conhecida, a “National Geographic” bem como uma edição em português chamada “National Geographic - Portugal”.

O "National Geographic - Portugal" de Fevereiro 2016 contem um artigo sobre o trabalho de Milton Costa intitulado “Extremófilos - A Vida no Limite”.

O artigo realça o trabalho de exploração microbiológica do laboratório de Milton Costa em ambientes extremos; nomeadamente nascentes hidrotermais de elevada temperatura, lagos hiper-salgados do fundo do Mar Mediterrâneo, minas de sal-gema, desertos e aquíferos profundos por esse mundo fora desde os Estados Unidos à Islândia, Itália, França, Polónia até ao Japão, mas também nas nascentes termais da Ilha de S. Miguel nos Açores e em Portugal Continental. A investigação levada a cabo no seu laboratório é mais ampla e inclui, por exemplo, estudos moleculares que visam conhecer os mecanismos que conferem resistência conjunta ao sal e à temperatura de termófilos que colonizam nascentes termais submarinas que atingem mais de 100ºC. No entanto, o jornalista António Luís Campos contactou Milton Costa porque o tema relacionado com a descoberta de novos organismos extremófilos ser mais apropriado para os leitores do "National Geographic – Portugal" e mais misterioso.

Milton S. da Costa e o seu grupo de trabalho, que inclui Luciana Albuquerque que também está em foco no artigo, já descobriu oitenta e seis novas espécies de bactérias, a maior parte dos quais, de ambientes extremos. Algumas destas bactérias tem interesse biotecnológico, mas não é isso que move o nosso conterrâneo, mas sim a evolução destes seres, a diversidade destes microrganismos e os mecanismos bioquímicos que permitem que estes microrganismos proliferem em ambientes infernais. As surpresas continuam, não só em nascentes termais, mas também em salmoiras (a) e salinas com sal em saturação, ou ambientes pH muito baixo ou muito alto. Particularmente importante têm sido os estudos de bactérias que toleram radiações gama milhares de vezes mais elevadas que aquelas que são toleradas por humanos.

O jornalista ficou fascinado com os nomes científicos com que temos de batizar (os nomes são latinizados ou mesmos derivados de latin) todos os seres vivos ou fósseis. Por exemplo o nome científico de humanos é Homo sapiens, um lobo é Canis lupus. O Milton dá nomes como Truepera radiovictrix (Truepera honra Hans Trueper e radiovictrix diz que a bactéria vence radiações), Thermus igniterrae (Thermus quer dizer quente) e igniterrae (terra a arder, a Islândia), Meiothermus silvanus (Meiothermus, é semi quente ou seja tépido) e (silvanus em honra de Manuel Teixeira da Silva, U. Porto), Rubrobacter naiadicus (Rubrobacter, bastonete vermelho) e naiadicus (refere as Náiades, ninfas dos rios, que neste caso é um rio bem quente).

TERMÓFILOS NA AGENDA

Milton Costa também acaba de ser convidado, para participar em Maio (17-20) próximo, num simpósio (simpósio em Grego significa “beber juntos”) restrito a 27 cientistas de todo o mundo, na Ilha de Vulcano a norte da Sicília para celebrar 30 anos de estudos sobre organismos termófilos. O local é importante por ser ali que foram descobertos Pyrococcus furiosus e Thermotoga maritima. No dia 21 de Maio, Milton Costa parte diretamente de Itália para a Polónia, mas essa será outra estória...
(autor identificado)
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artigo editado por sérgio micaelo ferreira


(a) Nota do editor: A 'salmoira' está referenciada na crónica de Milton Costa  

SARDINHA SALGADA ... REGRESSOU À CEIA, NB – 20.12.2006 aqui

Vi as sardinhas na salga no dia em que chegaram ao “Barrilito” e perguntei se a caixa de esferovite (já não era de madeira) tinha furos no fundo para sair o líquido que se forma durante a salga. “Claro que sim” disse o Agostinho. Expliquei-lhe que me tinha lembrado do garum (ou liquamen, muria ou allec) [1] dos Romanos.
[1] garum (ou liquamen, muria ou allec) Condimento extremamente dispendioso, irá merecer tratamento adequado em outra oportunidade. 

20 de fevereiro de 2016

ANTÓNIO FRANCISCO REIS E JOAQUIM ROCHA BRITES - SUCESSO COM SOTAQUE QUENTE

Decorreu hoje, no salão nobre da Junta, o lançamento da edição portuguesa do livro "Terra adotada: relato de um emigrante - António Francisco dos Reis", da autoria de Maria Francelina Drummond. O livro, baseado nos manuscritos deste nosso conterrâneo que chegou ao Brasil com dezasseis anos,  em1887, relata excertos de uma vida de trabalho numa terra agreste, nessa altura, e da sua ascensão progressiva que transformou António, humilde bustuense, em Antônio, negociante brasileiro de sucesso.
A cerimónia contou com a participação - mais uma - da nossa Clara Aires que, pela mão do Sr. Manuel Pereira (no papel de motorista), do Ricardo Regalado (encorpando Joaquim Brites) e Alberto Zenha (evocando o seu antepassado António Reis), fez as apresentações dos homenageados.
O Belino Costa, que mobilizou a pesquisa que o levou até à escritora Maria Drummond, fez as honras da casa levando a escritora ao púlpito. Visivelmente satisfeita por estender o fruto do seu trabalho além Atlântico - até nós, portanto - Drummond mostrou-se muito agradada e agradecida por ter tido a oportunidade de vir lançar o seu livro à terra que viu nascer o homem cuja história ela contextualizou, e de o ver integrado na coleção NOTÍCIAS DE BUSTOS, sinal claro do reconhecimento do seu trabalho.
Os agradecimentos foram feitos na primeira pessoa a Joaquim Brites, o outro homenageado, que teve a gentileza de se encarregar pessoalmente de trazer a escritora brasileira a Portugal propositadamente para este evento. Do alto dos seus 94 anos, Joaquim Brites agradeceu, com palavras simples mas claramente sentidas, a distinção que os Bustuenses lhe proporcionaram nesta cerimónia que reuniu a sua família, amigos e bustuenses bastantes para encherem bem o salão nobre.
O grupo de Cantares de Bustos encerrou a cerimónia tendo o cuidado de brindar os nossos amigos brasileiros com as recolhas musicais de Bustos e arredores.