8 de agosto de 2015

BIBLIOTECA DE BUSTOS NÃO PODE NEM DEVE SER IMPLANTADA NA ESCOLA BÁSICA DO 1º CICLO

A experiência registada pelas bibliotecas da RLP
 [Rede de Leitura Pública] confirma que estas
não podem nem devem substituir
as da inexistente rede escolar,
 porque os respectivos objectivos são diferentes.

(do Relatório sobre as Bibliotecas Públicas, aqui

O Relatório sobre as Bibliotecas Públicas datado de 18 de Março’1996 ao tempo de Teresa Patrício Gouveia (Secretária de Estado da Cultura) reúne informação que não devia ser desconhecida pelo executivo camarário ao tomar a decisão de transferir a Biblioteca de Bustos para o Bloco do 1º ciclo básico do Centro Escolar de Bustos, sito no Sobreiro).
Cabe à câmara municipal ser o motor principal da dinamização cultural na biblioteca de Bustos, para atrair novos públicos. Dessa “intervenção relevante” ficou a atuação do Grupo Poético em dias de Poesia… Casa quase vazia. Os diseures mereciam mais consideração da parte do Poder.
Vejamos excertos do Relatório que porventura o executivo irá estudar com alguma atenção:


“2.2. As Bibliotecas Municipais [p. 7/21]
(…)
Do que nos foi dado observar parece-nos importante salientar os seguintes aspectos:
. a Biblioteca Pública tem já, entre nós, um impacto social que é revelador da lacuna cultural que representa a sua ausência;
. o Bibliotecário é um elemento chave no papel desempenhado pela biblioteca;
. nem todas as Câmaras Municipais revelam a mesma sensibilidade para compreender a acção da biblioteca;
. os custos da biblioteca não são vistos como investimento mas, quase sempre, apenas como despesas que devem ser reduzidas ao mínimo;
. o recurso à informática para gerir a biblioteca ainda é limitado, e é raríssimo o acesso a ligações a redes de informação.
  
2.4. Bibliotecas Escolares [p.s 9 e 10/21]

Neste sector, desde há muito se diagnosticou que a situação é de grande carência: os fundos documentais são reduzidos, o espaço é limitadíssimo e o pessoal que lhe presta apoio irregular, não tem, na quase totalidade dos casos, a formação técnica específica indispensável.   

Face a esta situação, são desajustadas e excessivas as expectativas relativamente às BM por parte de professores e alunos.

A experiência registada pelas bibliotecas da RLP [Rede de Leitura Pública] confirma que estas não podem nem devem substituir as da inexistente rede escolar, porque os respectivos objectivos são diferentes. A colaboração que institucionalizadamente lhes venham a prestar pressupõe a indispensável afectação de recursos humanos e financeiros suplementares por parte do Ministério da Educação e/ou das Autarquias, em cujas Bibliotecas Municipais se pretenda instituir, com esse objectivo, um serviço de apoio específico.
(…)
Lisboa, 18 Março 1996”
(fim dos excertos)
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NB. Os destaques a amarelo foram sobrepostos pelo editor

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