23 de junho de 2015

IRENE MICAELO: “RECONHECER ERROS, É UM ATO DE CORAGEM E ÉTICA POLÍTICA”

[Apresento os meus cumprimentos aos Exmos.: Senhor Presidente da Assembleia Municipal, Senhores Deputados Senhor Presidente da Câmara, Senhores Vereadores; excelentíssimo público e Caros Concidadãos

(Agradeço a oportunidade que me é concedida de poder participar expressando a minha opinião perante esta digníssima Assembleia)]

…O que eu quero realçar, é que, ao lado da indignação que aqui me trouxe, motivada pela decisão tomada por este executivo camarário de transferir a Biblioteca/Polo de Leitura de Bustos para o atual Polo Educativo do Sobreiro, coexiste também, neste momento, um sentimento de satisfação. Não pela decisão – que repudio vivamente! – mas uma satisfação enorme ao verificar que, em tão curto espaço de tempo, e sem ter havido ações concretas de maior esclarecimento ou de sensibilização para esta causa, foram recolhidas, de forma espontânea, 525 (quinhentas e vinte e cinco) assinaturas, validando um abaixo-assinado que pretende, que exige, que a Biblioteca seja, isso sim, instalada na antiga Escola Básica de Bustos – local histórico e símbolo de identidade, onde muitas gerações aprenderam a ler – após a requalificação e a devida adequação dos seus espaços às exigências atuais e às novas funcionalidades.

Ora esta posição, este abaixo-assinado, constitui uma advertência, reveladora de que os bustuenses sabem muito bem aquilo que querem; sabem que a Biblioteca, para poder cumprir a sua missão, tem de ser colocada numa posição estratégica de maior visibilidade, tem de ser colocada num local nobre, no «coração» da vila, onde já existem infraestruturas funcionais e apelativas, ligadas ao desporto e ao lazer e onde falta esta componente de fruição cultural e de construção do saber.

Os bustuenses sabem muito bem que o acesso ao conhecimento não pode configurar-se apenas a uma parcela da sua comunidade. E levar a Biblioteca para as instalações periféricas e descentralizadas do atual Polo Escolar, fechando-a à chave e intramuros, e onde – pasme-se, meus senhores! – até o acesso aos utilizadores tem de ser feito através de uma campainha a instalar para o efeito – é condená-la antecipadamente ao fracasso, a um fecho mais do que anunciado. E tudo isto acontece numa altura em que outras Câmaras reforçam dinâmicas e políticas culturais em que o livro, a leitura, a informação em diferentes suportes são levados para as ruas, para as praias, para os jardins, numa oferta gratuita, num convite à ocupação saudável e formativa das crianças, dos jovens, das populações de diferentes níveis etários.
Sabemos, porém, que nem todas as Câmaras revelam a sensibilidade necessária para entenderem estes espaços como um benefício a curto, médio e longo prazo e também como um investimento futuro.

Senhor Presidente, senhores Autarcas,

As Bibliotecas públicas são, como sabemos, entidades de serviço público, detêm responsabilidades sociais e cívicas e têm a obrigação, o dever, de respeitar o contrato que estabeleceram com os seus cidadãos, auscultando as suas opiniões e contribuindo para o seu bem-estar e satisfação.

Senhor Presidente, senhores políticos

Ainda é tempo de ponderar.
Reconhecer erros e corrigir posições é um ato de coragem e de ética política!
É dessa resposta que nós, bustuenses, estamos à espera.      

E queremos acreditar que assim será.

(disse)


Irene  Micaelo

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