20 de maio de 2015

EM DEFESA DA BIBLIOTECA, DEPOIMENTO DE IRENE MICAELO

 BIBLIOTECAS: IMPORTANTES ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM
E DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA





Numa altura em que na sociedade e nas famílias se acentuam carências de vária ordem, as Bibliotecas redobram a sua importância estratégica junto das comunidades, elevando o nível cultural dos seus cidadãos e atuando como instrumentos agilizadores e facilitadores da igualdade de oportunidades.
Sendo espaços privilegiados, potenciadores de múltiplas aprendizagens, desempenham um papel fundamental no acesso à informação, à cultura e à construção do conhecimento nas diversas áreas do saber, valores essenciais para o pleno exercício da cidadania.
Acessíveis a um público diferenciado, instaladas em espaços condignos e atrativos que proporcionem boas condições de leitura, de estudo e de recreação, detentoras de equipamento funcional e adequado, dotadas dos recursos necessários e atualizados, em diferentes suportes, estão as bibliotecas preparadas para responder às necessidades e interesses desse mesmo público, que as sentirá como necessárias e imprescindíveis, numa lógica de formação ao longo da vida e de integração na vivência das comunidades.
Contudo, sabemos que enfrentam, no momento, exigências bem complexas e que, junto dos mais novos, lutam com poderosos rivais de diversão trazidos por avançadas tecnologias.
Nas sucessivas interrogações e incertezas que se colocam sobre a vida de algumas bibliotecas, interessa pois equacionar os problemas e partir para a reinvenção e desenvolvimento de novas dinâmicas para atrair e fidelizar públicos de diferentes idades (ou clientes, como se classifica agora nesta lógica de empresa).


Porém, numa sociedade em crise, menoriza-se o papel da cultura, não se respeitam compromissos assumidos, corta-se no horário de funcionamento, mantêm-se avariados os computadores já de si obsoletos, degrada-se o edifício e adota-se uma atitude de completo desinteresse e desinvestimento, que é o prenúncio da extinção.

Bibliotecas Universitárias, Bibliotecas da Rede Pública, Bibliotecas/Pólos de Leitura, Bibliotecas Escolares, ou ainda Bibliotecas Virtuais, todas elas têm o seu lugar, os seus objetivos e a sua missão, podendo e devendo complementar-se, partilhar em rede, mas não se substituindo nos seus papéis.
Lembremos que foi para atenuar o obscurantismo cultural existente na altura, que foi criado, em 1958, o Serviço de Bibliotecas Itinerantes pela Fundação Calouste Gulbenkian, sob a sugestão de Branquinho da Fonseca, que conseguiu levar o livro e a leitura junto das populações mais afastadas e desfavorecidas de Portugal.
E foi também, sob a condução e persistência de Arsénio Mota, que Branquinho da Fonseca anuiu em instalar, em Bustos, a Biblioteca Fixa n.º 26, a primeira do Concelho, um legado que tanto contribuiu para a formação dos seus utilizadores.

O acesso ao conhecimento é um direito e um dever dos cidadãos.

O edifício para as novas instalações da Biblioteca/Pólo de Leitura de Bustos existe - é  preciso requalificá-lo!

Irene Micaelo



NB: Irene Micaelo integrou a comissão dinamizadora das comemorações dos 50 anos da Biblioteca de Bustos (na foto em 19 de Fevereiro 2011)

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