22 de junho de 2013

ESTAÇÃO DOS CTT, O ROUBO FINAL



Neste ano em que a mando de governantes incompetentes nos roubam a estação dos CTT (que iria no próximo mês de Agosto comemorar 57 anos) vale a pena recordar o momento da sua abertura tal com o foi divulgado num desdobrável que reproduzimos.





INAUGURAÇÃO DAS NOVAS INSTALAÇÕES DOS CORREIOS (1956)

O edifício da estação dos CTT de Bustos foi construído pela Junta de Freguesia de 1931 (visto os serviços funcionarem num barracão com muito más condições para o público) e doado à Administração Geral por deliberação da mesma junta em 1932.
            Em 1952 ao encarar-se a automatização telefónica de Aveiro e sua região verificou-se que o edifício, demasiado pequeno, não permitia a modernização do serviço telefónico. A Administração Geral pediu então à Junta de Freguesia a sua colaboração no sentido de se obter terreno para a ampliação da estação. A Junta ofereceu logo as suas diligências e em 1953 constituiu numa comissão destinada a angariar fundos para a compra do terreno – 313m2 – que foi adquirido no mesmo ano e doado aos CTT em 1954. Para as obras a fazer aproveitaram-se ao máximo as paredes-mestras do antigo edifício que foi ampliado e interiormente adaptado às novas necessidades dos serviços.
            A capacidade do prédio está duplicada e o arquitecto Vasco Leone dos serviços de edifícios e mobiliário dos CTT, projectou uma estação graciosa e moderna, com fachada nova, por ter sido demolida a anterior para recuar o edifício, em virtude de assim o exigir o desafogo da estrada fronteira. As novas instalações comportam sala do público, dos serviços, do automático telefónico, de baterias, arquivo e arrecadação, no rés-do-chão, e residência do chefe com 8 divisões no 1º andar.
            A construção foi pedida em Agosto de 1954 à Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e autorizada pelo Governo em Novembro do mesmo ano. Em 1956, já quase pronto o edifício, foi-lhe acrescentado um muro de vedação do logradouro.
            A freguesia de Bustos, do concelho de Oliveira do Bairro, na fértil e atraente região da Bairrada, fica servida com uma estação de correio ampliada e remodelada de tal forma que mais parece uma construção inteiramente nova o que altamente a valoriza.
            A população de Bustos tem dado à Administração-Geral a melhor colaboração, de há muitos anos para cá. Em 1927, quando foi criada a Estação Telégrafo-postal de Bustos, foi uma comissão local, constituída pelos senhores Manuel Joaquim de Oliveira Sérgio, Dr. Manuel dos Santos Pato, Visconde de Bustos, Manuel Reis Pedreiras, Manuel Francisco Rei, Manuel Francisco Domingues, Albano Tavares da Silva, Manuel Nunes Pardal e Herculano da Silva, que tomou a seu cargo a renda do edifício particular em que se instalaram os serviços e o primeiro deu ainda hospedagem ao encarregado da estação. Foram os mesmos senhores que promoveram em 1931 a aquisição do terreno onde se construiu a estação inaugurada em 1932. A Junta de Freguesia custeou durante alguns anos a despesa de uma condução de malas. Em 1938 a estação passou a regional. Em 1940 passou a ter rede telefónica que conta actualmente com 60 assinantes. Em 1946 foi estabelecida a distribuição postal domiciliária. Em 1950 o transporte de malas é motorizado. Agora vão os telefones ser automatizados.
            A Administração Geral tem por seu lado correspondido ao interesse da população pelos serviços. Aliás é este o espirito que preside ao Plano de Instalação e Reinstalação de Pequenas Estações de Província, que conta já, com a de hoje, 60 realizações espalhadas por todo o país, com o valioso apoio de quem, nas pequenas localidades se interessa pelo progresso delas.
            A Administração Geral dos CTT tem o maior prazer na abertura desta nova estação e deseja aproveitar a oportunidade para prestar as suas homenagens à benemérita Junta de Freguesia de Bustos e a todos quantos com ele, têm, em três décadas, contribuído para o desenvolvimento e a modernização do serviço do correio nesta região privilegiada.

4 de Agosto, 1956



1 comentário:

  1. Pena sim, de repetidamente estarem a afundar tudo o que o povo se orgulha e olharmos para o futuro com uma grande lágrima no olho...

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