21 de junho de 2012

BUSTOS - A ESCOLA DO CORGO É PATRIMÓNIO DA JUNTA DE FREGUESIA?



"Entre os patrimónios da res publica localizados em Bustos contam-se os edifícios das escolas primárias".
 “Escola Primária” do Corgo, a quem pertence?
cara do edifício da “Primária” da Quinta Nova diz que é um edifício enquadrado no Plano dos Centenários das construções escolares.
A construção de edifício escolar era uma aspiração que vinha já da primeira Junta de Freguesia de Bustos. A busca de terreno  para a construção  teve início durante a primeira junta de freguesia. 

Pretendia-se uma escola localizada no centro. O local preferido era o terreno do "Sr. Visconde" que confronta as ruas 18 de Fevereiro e Jacinto dos Louros. Onde mais tarde Augusto Simões da Costa construiu o seu estabelecimento. 


Em 17 de Janeiro de 1926,  a junta de freguesia inscreve no orçamento a verba “de dois mil e setecentos escudos [13,47€] para material e mão d’obra  de duas maceiras de adobos  feitos por conta da Junta com destino às construções escolares”.

Contudo, é depois da Revolução do 28 de Maio de 1926 que efetivamente tem início a construção da ansiada escola.
Na sessão de 15 de Maio de 1927 da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia, “O Presidente apresentou a planta e alçado da obra do edifício escolar desta freguesia, fornecida pelo Ministério da Instrução Pública, a qual foi apreciada pelos membros da Comissão que a acharam muito boa.  Mas reconhecendo que o importe da sua execução é superior aos recursos de que pode dispor, deliberou fazer-lhe algumas modificações, tais como suprimir algumas janelas de lado do rés-do-chão, executando-as com mais simplicidade, principalmente as laterais e as do lado sul. Suprimir dois salões no primeiro andar, ficando com os dois do rés-do-chão e um ao centro do primeiro andar.

A obra ia avançando e, v.g. em sessão de  2.12.1928, a Comissão Administrativa  autorizava os pagamentos “para o edifício da escola: a Antonio da Silva Neves quarenta e cinco escudos pelo transporte de telha, a Manoel Rosa Novo cento e trinta e cinco escudos pelo transporte de telha, a José Matos  cento e trinta e cinco escudos pelo transporte também de telha e a Porfírio Fontes trinta escudos pelo serviço de tirar água para argamassar cal.”
  Era notória a ânsia de  ter alguma sala pronta receber  alunos, conforme se pode depreender da sessão de   20 de janeiro de 1929, a Comissão Administrativa reúne extraordinariamente “para arrematar as obras interiores e uma porta e quatro janelas dum dos salões do edifício escolar”.

Nos fins de 1929, a comissão administrativa tinha lançado o concurso para o serviço de estuque nos dois salões térreos do edifício escolar”. As propostas apresentadas por Manuel Tavares e por Américo Oliveira foram rejeitadas, “por pouco explícitas nos materiais a empregar”. Foi decidido fazer-se a adjudicação “por licitação verbal, e os materiais ficarão a cargo desta Junta devido a ser difícil a fiscalização dos mesmos”.   

Na sessão de 13 de Maio de 1934, a Comissão Administrativa procedia à arrematação das restantes obras da conclusão do edifício da escola Primária do Corgo,  entre as quais se transcreve:
. as obras de cal grossa e pintura quer externas quer internas, e todo o edifício da Escola [foram] adjudicadas ao senhor Manuel Ferreira Tavares, pela quantia de cinco mil quarenta e três escudos e cinquenta centavos,
(…) o gradeamento do recinto de recreio do edifício da Escola, e as varandas (…)   varandas em ferro para o mesmo edifício  [foram] adjudicadas aos senhores João dos Santos Oliveira e José Maria Simões dos Reis pela quantia de três mil e quinhentos escudos (..,)

Por fim:
É  desejável que a construção da Escola do Corgo seja revertida em estudo(s) adequado(s).
Pelos dados expostos, e  mais leituras das atas, este edifício escolar foi mandado construir e pago pela Junta de Freguesia/Comissão de Freguesia de Bustos.
Assim sendo, a Escola Primária do Corgo é Património da Junta de Freguesia de Bustos, com direito a tabuleta.
A menos que tenha ocorrido alguma «entrega» oficial do edifício à Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, à semelhança do que aconteceu com a Estação Telégrafo-Postal construída com o dinheiro de particulares de Bustos... mas cuja «entrega» foi imposta superiormente.
É mais um caso a deslindar.
_________________________________
Fora de texto…
 … de vez em quando anda na ar a ideia (ou a vontade?) de entregar o Palacete do Visconde à Câmara Municipal.

Sem comentários:

Enviar um comentário