23 de setembro de 2009

3-BARREIROS DE BUSTOS: LAGOAS OU ATERROS?

“É absolutamente necessário que quem apregoe a recuperação de uma pedreira (jazida), também contemple um estudo sobre o futuro das restantes e uma recuperação ambiental abrangente” conclui António Tavares, no depoimento que nos enviou. A extracção de argilas vai continuar, sublinha, alertando para a urgência de um programa de monitorização ambiental e de recuperação das futuras explorações.


BARREIROS DE BUSTOS: ALGUMAS IDEIAS BASE

por António Tavares

Qualquer alteração à morfologia natural do relevo ou à diversidade biológica tem impacto ambiental. No caso da extracção de argila em Bustos considero que o impacto é elevado. A alteração do escoamento natural das águas pluviais foi grandemente alterado, houve remoção de grande área de coberto vegetal e no geral denota-se um corte com o ecossistema da região. No entanto estes impactos podem ser mitigados através da recuperação das áreas exploradas.


O caso das lagoas será uma solução? Desde que haja um plano sério a longo prazo para reabilitação de toda a envolvência bem como a monitorização da qualidade das águas.Outra solução, em vez de lagoas, será o de recuperar através do aterro. Há registo de antigas pedreiras recuperadas por aterros e cuja superfície foi reabilitada com espécies endémicas.

A área em questão poderá ser recuperada, mas tudo dependerá da abrangência desse empreendimento. E o empreendimento só terá sucesso se tiver em conta um programa de monitorização ambiental e de recuperação das futuras explorações. A região tem um grande potencial na extracção de argila vermelha e, possivelmente, esta actividade terá continuidade, portanto é absolutamente necessário que quem apregoe a recuperação de uma pedreira (jazida), também contemple um estudo sobre o futuro das restantes e uma recuperação ambiental abrangente.


Notas:


Aconselho a consulta dos estudos de impacto ambiental que as empresas terão feito para as suas extracções, ou mesmo estudos que a Universidade de Aveiro tem feito através do Departamento de Geociências sobre os recursos arenoargilosos da região.


Alguma bibliografia para consultar: (Os estudos de impacto aqui referidos são apenas resumos).

Amado, Anabela de Oliveira, Georecursos arenoargilosos na zona superior da “Bacia de Aveiro”, Universidade de Aveiro, Departamento de Geociências, 2006; Estudo de Impacte Ambiental, Visa Consultores, Estudo de Impacto Ambiental; Vales Algoz, Julho de 2003; Almeida, Marisa, (Seminário, Protocolo de Quioto) Estratégia de Redução de Emissões de Gases de Efeito de Estufa em Pequenas e Médias Empresas CTCV, Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, Coimbra, 28/11/2007; Estudo de Impacte Ambiental, Pedreiras de Barroquinha/Maceiras e Vale Malhado/Biquinhos, Vol. III, Só Argilas, Comércio de Barros, SA, Dezembro de 2002; IAPMEI, Outros produtos Minerais Não Metálicos, OPMNM, Contributo para o conhecimento no contexto internacional do sector, Maio de 2007; INE, Anuário Estatístico da Região Centro 2007.



Alguns sítios na web:

http://www.sotelha.com/

http://www.argex.pt/

http://www.preceram.pt/

http://www.apicer.pt/http://www.staywithclay.com/.Fevereiro

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