13 de dezembro de 2007

BAZAR UNIVERSAL: 2 - TESTEMUNHOS COINCIDENTES


Anos mais tarde, em 2006, tive a oportunidade de mostrar a fotografia em questão a duas pessoas, com idade e conhecimento para poderem formular uma opinião. Maria Isabel Tavares Urbano Ala, nascida em 6 de Julho de 1924, filha de Manuel Matos Ala, olhando a foto afirmou:
“Não conheço esse prédio. Não sei o que havia no lugar onde foi construído o palacete. O que sei é que no palacete nunca houve qualquer comércio. Joaquim Sereno, o pai do Visconde, fez casa onde está agora o Centro de Saúde. No primeiro andar ficavam os quartos, uma cozinha e uma sala, e tinha duas varandas. No rés-do-chão havia a sala velha onde se guardavam as cruzes e demais alfaias da igreja, a cozinha e o estabelecimento comercial. No edifício ao lado ficava a taberna. Conheci bem isso pois foi lá onde eu nasci e onde nasceu o meu filho Luis.

Tinha grandes salas com cortinados e já tinha uma iluminação a carboneto com candeeiros nas salas e lanternas à porta. Atrás havia as cavalariças e uma estufa.
A minha mãe, Maria Urbano, com quem o meu pai se casou em segundas núpcias, pois enviuvara da primeira mulher, tomou conta do estabelecimento durante muitos anos. Vendia-se de tudo um pouco e vinha gente de todas as redondezas, do Rio Tinto, Tabuaço, Palhaça e por aí fora. Era a “Casa Sereno” tinha drogaria, fazendas, mercearia, miudezas e funcionou também como funerária. “


Maria Luísa Sereno Cura Mariano, sobrinha de António Sereno, por sua vez respondeu, sem qualquer hesitação, que o “Bazar Universal” ficava em Espinho, terra de onde era natural a esposa do tio, Adelaide Brandão. E acrescentou:
“Ele tinha casas em Espinho, no sítio onde está agora a piscina, e era sócio do Grande Hotel e do casino. Espinho era a praia chique para onde iam de férias no Verão. Deve ter sido assim que, tanto ele como a filha Ernestina, por lá casaram.”

Belino Costa
(Continua)

2 comentários:

  1. Se fizermos uma busca no Google por "Bazar Universal" (páginas de Portugal) somos remetidos para este blogue e para um outro site que indica o Bazar como tendo pertencido ao património de Bustos.
    Afinal, a verdade parece ter sido outra.
    Por falar em património da freguesia (e do concelho): para quando o levantamento do património construído?
    Ou tudo se resume ao edifício da antiga Câmara e Prisão (cuja demolição defendi) e, agora, à célebre "casa verde" que a Câmara quer preservar (a meu ver, sem razão histórica ou arquitectónica que o justifique)??

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  2. Anónimo22:11

    Os parabéns a Belino Costa pela revisita ao Bustos do passado (que afinal não era Bustos) e pela fundamentação apresentada a excluir o Bazar Universal do território de Bustos.
    Admitindo que a casa contígua esteja na rua do cabeço, há um pormenor que poderá contribuir para ajudar a esvaziar o argumento do Bazar Universal ter existido no sítio do Palacete. A direcção e extensão da sombra não se encaixa com a implantação do Palacete Palacete.
    Pois, do norte do Palacete não vem o sol.
    Mesmo que o sol espargisse aqueles raios solares,pela inclinação que eles t~em teria de acontecer de madrugada e, àquela hora não se verificaria tanto juntório nem que houvesse missa obrigatória, e eacontecer, o estabelecimento (Bazar) estaria fechado.
    sérgio micaelo ferreira.

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