26 de março de 2007

AS LIÇÕES DO PROFESSOR SÉRGIO


Sérgio Micaelo Ferreira é hoje um professor reformado, mas nem por isso deixou de dar lições, de ser um grande professor. Ao idealizar a homenagem a Hilário Costa (sim, ele foi o maior obreiro das comemorações) encontrou forma de nos fazer olhar para o passado através da vida e obra de um cidadão exemplar, sem deixar de interpelar o nosso presente, de desafiar o nosso conformismo, as nossas vaidades, as nossas presunções e defeitos.

Ao colocar Ulisses Crespo como presidente da comissão organizadora da homenagem, prática pouco vulgar entre nós já que, tradicionalmente, estas comissões são colegiais, Sérgio Ferreira quis afinal fazer uma declaração de princípios. Não só o fez por uma questão de justiça, reconhecendo o empenho que Ulisses Crespo sempre manifestou na comemoração do centenário de Hilário Costa, como quis deixar bem claro que não é por ser pobre que alguém deve ser descriminado, desprezado, abandonado.
É muito fácil, demasiado fácil, espezinhar quem não tem poder, influência e dinheiro. É muito fácil, demasiado fácil, esquecer quem está só e sem recursos, para valorizar quem já é importante e poderoso. O Sérgio preferiu o caminho mais difícil e ao destacar e enaltecer a figura do Comendador-Presidente, Ulisses Crespo, deu-nos uma enorme lição de humildade e cidadania, honrando da forma mais eloquente o significado da palavra amizade. E simultaneamente, de uma forma quase poética, engrandeceu a memória de Hilário Costa que foi Grande mesmo quando era um pobre emigrante lutando por ser alguém.
Esta foi, apenas, a primeira lição.

A SEGUNDA LIÇÃO DO PROFESSOR SÉRGIO




Ao organizar a pequena mas significativa exposição sobre a vida e obra de Hilário Costa nas instalações da biblioteca, e no seu entender esta só ali poderia ter lugar, o Sérgio interpelou-nos uma vez mais. A nós bustuenses, mas também a todos os cidadãos e muito especialmente aos líderes e dirigentes do nosso concelho.
Deixaremos nós que a biblioteca se transforme num mero armazém de livros com uma
existência para “inglês ver”, ou queremos fazer dela um organismo vivo, participante e enriquecedor das nossas vidas?
Também a exposição constituiu uma declaração de princípios, uma afirmação de que a biblioteca pode e deve ser um organismo vivo, aberto à sociedade, integrando-a, desafiando os cidadãos à leitura, à reflexão, ao conhecimento, ao convívio.

Pela primeira vez desde que está instalado nas instalações do ABC o núcleo de leitura de Bustos da Biblioteca Municipal abriu as suas portas ao povo numa iniciativa de carácter cultural. O que permitiu que muitos ali entrassem pela primeira vez, e serviu para trazer até nós a Chefe de Divisão da Biblioteca e Museus da Câmara Municipal, Cristina Calvo.
Com a sala da biblioteca cheia de gente foi um prazer poder conversar com a Dra Cristina Calvo que, simpaticamente, escutou as nossas aspirações para que a “nossa” biblioteca, a primeira a existir no concelho de Oliveira do Bairro, se mantenha activa, sendo reformada e melhorada.
Pois a responsável municipal pela biblioteca não só nos assegurou que o renovado pólo de leitura de Bustos deverá abrir antes de Outubro próximo, como terá instalações condignas, com espaços de leitura, para jovens e adultos, e computadores ligados à internet.
Entusiasmado com tão boas notícias logo desafiei a Dra Cristina Calvo a promover e impulsionar a criação de núcleos de amigos dos vários pólos da biblioteca municipal, que poderão ajudar a dinamizar os espaços de leitura, oferecendo livros, promovendo localmente iniciativas como a exposição dedicada a Hilário Costa.
Estamos dispostos a colaborar, a seguir o exemplo, a cumprir a lição dado pelo professor Sérgio Ferreira. Mais ainda. Aqui fica a solene promessa de que, no dia em que forem inauguradas as novas instalações do pólo de leitura de Bustos, o “NB” estará presente, oferecendo livros de autores bustuenses, para que estes lá tenham um lugar de destaque, um cantinho de afecto.

Belino Costa

15 comentários:

  1. Anónimo22:21

    Agradeço este texto que me ajudou a perceber algo que julgava ter sido mera manifestação de vaidade pessoal.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo01:38

    esse é tal comendador que pôs o filho deficiente motor na rua?

    ResponderEliminar
  3. Anónimo14:06

    “Zeus” os seus comentários denotam alguma inveja da posição que o comendador tem na sociedade de Bustos. Mas mesmo assim, não fale do que não sabe. Não é de homem (mulher), atacar uma pessoa escondido(a) no anonimato. Identifique-se!! ou tem medo que se descubra na sua imaculada existência alguma nódoa…

    ResponderEliminar
  4. Anónimo14:49

    se calhar sei até muito mais mas,mas como não devo favores sou livre de dizer o que quero principalmente o que é publico,,morei no sobreiro mas a alguns anos que não vivo aí,meu nome verdadeiro é antónio...realmente o comendador precisava dum branqueamento de imagem o que vcs estão a fazer muito bem.

    ResponderEliminar
  5. Anónimo22:27

    Lá que o comendador tem os seus pecados todos nós o sabemos. O que impressiona é que os puros se escondam sob o anonimato e revelem tanta ninveja e rancor. Afinal ainda há querm tenha medo do pobre Ulisses Crespo que um dia foi comendador...

    ResponderEliminar
  6. Anónimo00:47

    essa faz-me rir...medo...???só tenho é pena de pagar impostos e eles serem tão mal aplicados,eo ulisses crespo e familia serem um exemplo do que no fundo é este país que eu amo .

    ResponderEliminar
  7. Anónimo00:55

    Belino Costa exagera a sua apreciação em relação às lições … outros fizeram mais e melhor em condições mais desfavoráveis e com menos apoios. Recordo a longínqua e irrepetível exposição orientada por Licínio Mota no Palacete do Visconde.

    O comendador Ulisses de Oliveira Crespo sempre pugnou pela homenagem a Hilário Costa e foi o presidente da comissão por direito próprio. (claro, em minha opinião) Poucos conheceram a proximidade havida entre dois amigos e confidentes (Hilário Costa e Ulisses) no tempo em que uma carta a denegrir a imagem de Ulisses Crespo era exibida em determinada adega e alvo de chacota no meio de um copo.
    O Ulisses sabe que há muitas tesouras. E algumas são afiadas por ele próprio, por viver “à poeta” e retorquir “à Crespo”.
    Esclareço que por sermos amigos, desde a primeira hora,sou exigente para com a postura de Ulisses Crespo.
    ...
    O caso da ‘expulsão’ de casa de um dos três filhos do comendador tem contornos que são do foro íntimo.[zeus omitiu dizer que o Ulisses levou o filho a Cuba - onde gastou uma conta calada - para tentar recuperá-lo. Refiro-me a estepormenor para conhecimento da praça pública].
    Se na ocasião do diferendo tivesse havido a intervenção de um juiz de paz da envergadura de um Aires Gordo, a demanda teria sido sanada e o caso teria ficado circunscrito ao seio demi-familiar (na ocasião já Ulisses Crespo estava separado da mulher).

    Em tempos, um senhor de relógio de bolso e cordão de ouro tecia loas às firmes relações de amizade entre dois irmãos.
    O interlocutor ouvia, ouvia, ouvia e no fim só perguntou:
    - Já fizeram as partilhas?
    - Ainda não.

    Pois é.
    (esta história tem várias nuances)
    ...
    Zeus, no pressuposto de conhecer Juno ficou-se pela nuvem.
    Ulisses pode não ser o tal comendador. Mas como estamos num país em que há dúvidas do Primeiro-Ministro ser engenheiro (aparentemente não é caso único) uma coisa é certa, o Ulisses exibe condecoração legalmente atribuída e foi Presidente da Comissão de Homenagem a Hilário Costa/2007 e até saiu-se a contento. A história não vai apagar esse(s) facto(s) nem o retrato traçado pelo clandestino zeus.

    Para mim. Vou continuar ser amigo de Ulisses Crespo com todas as suas grandezas e misérias que pesam num corpo de 75 anos intensamente vividos.
    ...
    (Oh menino, eles vão fazer-te o mesmo …) vaticinava Hilário Costa.
    sérgio micaelo ferreira, 29.03.2007

    ResponderEliminar
  8. Anónimo02:47

    Cada um é amigo de quem quer!...sei dessa ida a cuba,mas isso não invalida a postura petulante que tiveram enquanto eram ricos,esta estória faz-me lembrar ao conto popular do rapaz e do lobo...ou da formiga e da cigarra..

    ResponderEliminar
  9. "Cada um é como é", diz o povo; tal como diz, "cá se fazem, cá se pagam".
    São ditos que se aplicam ao Ulisses, mas também a mim, ao zeus, ao piscoiso e à "prima da avó da moça", como também diz o povo.
    O Ulisses pode ser (ou ter sido) petulante e vaidosão, mas sempre se preocupou com a sua terra e a sua defesa.
    É um lírico, é certo. É, como ele faz gala em dizer, um Crespo.
    Recordo um episódio recente, "à Crespo": estava com uns amigos e viu no chão uma moeda de cêntimo; baixou-se, apanhou-a e pô-la no bolso. Logo ironizou, em jeito de autocrítica: " Ai Ulisses Crespo, ao que tu chegaste!".
    O ti Hilário, o meu Pai, o Adélio, o Xico e outros companheiros do Ulisses (entre eles o Milton Luzio e o Aniano Martins, que também lhe vão matando a fome), nunca deixaram de estimar o Ulisses, fosse nos tempos em que ele nadava em dinheiro, fosse depois de cair do pedestal.
    Ainda bem que não discriminamos o Ulisses; ainda bem que o aturamos.
    Espero bem que continuemos assim: a estimar-nos e a estimar os outros, sobretudo os amigos.

    ResponderEliminar
  10. Anónimo15:36

    falou o doutor!!!!!!!sentença lida!

    ResponderEliminar
  11. Anónimo22:55

    já aqui não mora nem faz nenhuma falta, um cromito que nunca fez nada

    ResponderEliminar
  12. Anónimo01:35

    obrigado democrata de pacotilha

    ResponderEliminar
  13. O zeus faz aqui tanta falta como qualquer outro de nós.
    Ou seja: os zeus são todos benvindos e o NB precisa de diversidade.
    Além de que nem todos gostam do mesmo e muito menos...das mesmas.
    Ainda bem, senão andava tudo atrás da mesma...

    ResponderEliminar
  14. Anónimo11:00

    do mesmo ...ok,,,,,direito á diversidade

    ResponderEliminar
  15. Anónimo18:44

    tu e que saiste uma boa pacotilha

    ResponderEliminar