26 de março de 2007

HILÁRIO COSTA -2 “E sempre levava no pensamento a minha aldeia” (HC) [Intervenção de Sérgio Micaelo Ferreira]

Excelentíssima Senhora D. Aldina Mota e Gala
Prof. Dr. Milton Costa e demais membros da Família de Hilário Costa
Companheiros de Hilário Costa
Comendador Ulisses de Oliveira Crespo, Presidente da Comissão Organizadora da evocação de Hilário Costa, no 1º centenário do seu nascimento
Representantes de instituições
Comunicação Social
Companheiros desta Comissão Organizadora

Senhoras e Senhores:

Saúdo respeitosamente a presença de membros da Família de Hilário Simões da Costa, principais testemunhas da homenagem a um ilustre cidadão que, desde novo, pugnou por desenvolver laços fraternos, praticar a solidariedade para com os mais desfavorecidos e testemunhar amor à sua e nossa Terra, bem expresso na sua quadra:

Se tu ajudares a fazer
Esta Terra grande e bela,
Podes alegre dizer
Que cá tens uma parcela.

Quero igualmente expressar o meu mais vivo agradecimento por tão carinhosa e expressiva presença de V. Ex.as, aos actos programadas para evocar Hilário Simões da Costa.

Para que as cerimónias tivessem um fio condutor consequente e pudessem trespassar os muros do alheamento, obtivemos o apoio logístico da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos, Associação do Orfeão de Bustos, Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, (nas pessoas do Senhor Presidente e da Senhora Vereadora da Cultura) e do Pólo de Leitura de Bustos, por intermédio da Dr.ª Prazeres Duarte. A todos o nosso muito obrigado.

Desejo expressar um agradecimento especial à boa vontade manifestada pela Associação Beneficente, Cultura e Recreio da Mamarrosa e pela União Filarmónica do Troviscal.

Não poderia omitir a nossa gratidão aos voluntários, que apareceram sem ter sido chamados, destacando especialmente Alberto Martins.

Que me seja desculpada qualquer omissão, embora involuntária.

Hoje, 17 de Março, a evocação de Hilário Costa, nascido na “madrugada do dia 12 de Março de 1907”, ajuda-nos a rever um passado calcorreado a custo, mas sempre orientado pelo sonho de uma sociedade mais progressiva, mais solidária, onde as barreiras controladoras das consciências nunca impediram as luzes de brilhar com todo o seu esplendor.

Hilário Costa sentiu, na alma, a mordaça da censura, ele que só exigia o exercício de votar em Liberdade...
Hilário Costa partilhou, como tantos outros, a diáspora, tendo sido emigrante durante 48 anos. A propósito, Hilário Costa escreveu:

“E lá fora lutei muitas vezes com sacrifício.
E sempre levava no pensamento a minha aldeia”

Comungo com Miguel Torga, também nascido em 1907, a ideia de que “o drama do emigrante português está por escrever”. Torga, aos 13 anos, experimentara igualmente o desenraizamento da emigração.

Nuvens de mudança demográfica global acompanham as alterações climáticas e a perdurável e ameaçadora transgressão marinha que tentamos menosprezar. A palavra ‘Mudança’ atinge a vida económica e arrasta todos os outros sectores.

No passado, Bustos atingiu notoriedade com o contributo da imigração interna. Actualmente, com o derrube dos “muros de Berlim”, a nossa Terra poderá fazer ressurgir apetência e criar condições para receber cidadãos da nova imigração e entrosá-los nas nossas vivências. Não será tarefa fácil, mas ajudará a construir um Bustos social e cultural mais frutuoso.
Urge pois, desenvolver a prática da cidadania plena, para bem do futuro das novas gerações.

Desejo que o post-1º centenário de Hilário Costa, que agora celebramos, contribua para arejar as ondas de reflexão de Bustos.

Para terminar, não será demais recordar que Hilário Costa, quer cidadão português ou emigrante estado-unidense, pautou a sua conduta com elevação, conforme nos deixou escrito:
Nunca deixámos de ser bons portugueses:
prestigiando a nossa Pátria e respeitando a América
(fim de citação).
Disse.
Sérgio Micaelo Ferreira, 17.03.2007

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