20 de fevereiro de 2007

18 DE FEVEREIRO: COM EMOÇÃO


A presença de D. Cândida Guerra, filha de Jacinto dos Louros, na sessão solene da Assembleia de Freguesia que assinalou o 87º aniversário da criação da freguesia de Bustos, tornou-se no momento mais significativo de todas as cerimónias.
A sala de sessões do parlamento da freguesia, símbolo da nossa democracia, recebeu e deu a palavra à filha daquele que foi o nosso primeiro presidente e o homem que protagonizou a luta dos bustuenses pela criação da freguesia. Foi um momento de grande simbolismo e emoção. Um momento de reencontro com a nossa História.
Orgulhosa e emocionada Cândida Guerra, de 88 anos, também ela nascida em Bustos, dirigiu à assembleia as seguintes palavras:

“Como filha mais velha presente, e em nome de toda a família quero agradecer com toda a sinceridade, a simpatia, o apreço e a gratidão que o meu pai ainda inspira, e prestar igualmente a minha homenagem com o respeito e admiração a esse conterrâneo que sempre se sentiu exilado longe de Bustos, mas que nunca deixou de lutar, e às vezes em circunstâncias bem difíceis, pelos ideais republicanos que desde muito novo perfilhou.
Esses ideais formaram o seu carácter e orientaram toda a sua vida.
É, por isso, bem claro para mim que o meu pai, Jacinto Simões dos Louros, foi um pequeno herói ao serviço de uma grande causa.
Não posso, também, deixar de salientar o papel fulcral que a minha mãe, Maria da Conceição Guerra, desempenhou como garante da actividade política do meu pai.
Como esposa aceitou o desconforto, a agitação e as ameaças a que os inimigos políticos do meu pai os sujeitaram, na tentativa desesperada de resgatar a importância e os privilégios que o regime deposto lhes garantia.
Como professora permaneceu sempre respeitada e reconhecida pelo empenho e rigor com que exerceu a sua actividade.
Ensinou e educou com dedicação todos os seus alunos e amou Bustos como se aqui tivesse nascido.

Os melhores anos dos dois foram aqui passados.

Durante toda a sua vida o meu pai acalentou a esperança e a convicção de que o flagelo anti-democrático da ditadura desabaria.
Infelizmente, já não festejou o 25 de Abril...”

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