26 de janeiro de 2007

INF - INDÚSTRIA NACIONAL DE FERRAMENTAS CHEGA A MUITOS LONGES

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A INF [Indústria Nacional de Ferramentas], de Manuel Simões dos Santos (Manuel da Barroca), esteve presente em 14.03.2006 no «discurso» de NB através de “Alberto, um Torneiro. Um Mestre. Uma Escola.”


Manuel da Barroca irmão de uma família de ferreiros (os ferreiros de Bustos merecem ser estudados), obteve a ajuda da ALBA e da Bóia & Irmão para «furar» a couraça do condicionamento industrial então em vigor e atira-se ao sector da fundição, não deixando de lado o sector das prensas, cinchos, etc. para além do fabrico das alfaias agrícolas, enquanto a mecanização tardava a chegar.
As encomendas mão paravam de chegar. Segundo informação - não confirmada - a INF recebeu elogios da célebre "Fundição de Oeiras".


Iniciada com altos e baixos, a fundição continua hoje a produzir panelas e fogareiros e também formas de sapateiro.
Tal como ontem, as “panelas de ferro”, “panelas de três pés” são as conhecidas ‘Panelas à Portuguesa’ dos circuitos comerciais. Classificadas de 1 a 12, a sua capacidade varia entre um litro e meio até cinquenta litros, pela mesma ordem.
Os “Fogareiros a Carvão” de 0 (19,5 cm) a 5 (28,00 cm).
As ‘Formas de Sapateiro’ são referenciadas de 1 a 5, esta com a referência “5 Pé alto”.
A INF é uma instituição que daria uma boa pesquisa. Desde o tempo do fabrico da enxadas, machados a partir de nacos ferro de carris das linhas de caminho de ferro malhados manualmente, antes de Manuel da Barroca ter construído o malho Pilão com molas de camioneta. Ainda hoje é recordado o estrondo que ele provocava.
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A intervenção de BC para além de oportuna aviva a memória para que se não esqueça a serralharia artística de sempre e a ferraria criada pelo Vulcano.

Recordando.
Manuel Simões dos Santos colaborou com a Comissão de Melhoramentos de Bustos e foi membro da direcção do ‘Bustos’ , no início da década de 50. Era presidente o saudoso e não esquecido Álvaro Pato. Completava o elenco directivo Arménio Luzio, Domingos da Maia Romão (o Minguitos), Manuel Fontes, Mário Reis Pedreiras (hoje Presidente da Assembleia de Freguesia), Pompeu Aires e António Coutinho dos Santos [?]. (informação recolhida do Jornal da Bairrada)
sérgio.ferreira.3@netvisao.pt
Nota:
Por informação fundamentada de Belino Costa - que agradeço - a foto reporta-se à sessão da ‘memorável Assembleia Geral’ da Comissão de Melhoramentos realizada no 1º de Janeiro de 1960 no então Centro Recreativo de Instrução e Beneficência.

No dia 18 de Fevereiro/1960 aconteceu a homenagem a dois baluartes de Bustos: Jacinto Simões dos Louros (dinamizador primeiro do processo de criação da freguesia) e Dr. Manuel dos Santos Pato (‘da Barreira’ – o patrono da criação da paróquia “decretada em 7 de Março de 1925”[1] pelo Bispo de Coimbra[2]. As duas placas com os nomes destas Figuras Bustuenses colocadas no Centro Recreativo de Instrução e Beneficência tiveram de ser retiradas na fase de remodelação do edifício e foram entregues a Manuel Joaquim dos Santos, então tesoureiro da Junta. Estão/estavam na cave do novo Edifício da Junta. Estão impedidas de ver a luz do dia. A Assembleia de Freguesia poderá vencer a resistência do senhor presidente da junta, se fizer aprovar e colocar as ditas placas no salão das sua sessões . É de elementar justiça.

Graças à intervenção Hilário Simões da Costa, [HC], que dos USA liderou todo o processo, estes ilustres Bustuenses entraram na toponímia local no dia de Bustos/1973, (consultar Hilário Costa, Bustos-memória de um bustoense, 1984, pg.s 95 e sgs.s). Estas placas foram pagas por HC.
Aqui ficam simples notas para a História de Bustos.
sérgio micaelo ferreira


[1] In Arsénio Mota, Bustos – elementos para a sua história, Edição da Associação de Beneficência e Cultura de Bustos. 1983, pg.s 24.

[2] Não fora a influência do Dr. Manuel dos Santos Pato junto do bispado de Coimbra e teria sido retardada a criação da paróquia de Bustos, até porque na época, a luta anticlerical tinha atingido o auge: o Bispo de Coimbra decretara a interdição da Banda Escolar do Troviscal – provocada pela exorbitante “taxa” exigida em pré-pagamento pelo Juiz da Irmandade das Almas para se fazer acompanhar em funeral católico – e, em retaliação, o Povo Liberal da Freguesia, decretara a interdição do clero, impedindo-o de exercer a sua actividade nessa paróquia (bibliogr. sobre a interdição: Silas Granjo, “Banda excomungada, Clero Interdito no Troviscal Republicano”, Actas do Colóquio – Anticlericalismo Português: História e Discurso; Maria Leocádia Pato, Rio da Memória – A Banda do Troviscal, Edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 1997; Troviscal – visão histórico-cultural, Edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 2005).


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