24 de janeiro de 2007

FUNDIÇÃO


O alto-forno já recebeu o ferro gusa. Está tudo pronto para que o metal escorra e encha o cadinho que depois será rapidamente levado para encher os moldes. Enquanto decorrem os preparativos finais Mário dos Santos Pedro (ao centro na foto da esquerda) olha, confiante, para a câmara. Sorri. Ele é o perfeito metalúrgico, senhor das fornas e fornalhas, artífice dos metais. Imita Vulcano, e qual artesão divino é capaz de moldar verdadeiras obras de arte, só não é capaz de copiar o deus romano e forjar a mulher perfeita, uma nova Pandora bustuense.
Ao seu lado Amadeu dos Reis Fernandes (à direita) e Mário Fernando Jesus Oliveira (à esquerda) ultimam a instalação, asseguram-se que tudo está no lugar certo. É só então que o Mário pega no comprido escopro.


O trabalho é preciso e cuidadoso abrindo caminho ao ferro liquefeito. Este é o passo decisivo, daqui em diante já outros tomarão conta do processo, derramando o metal para o cadinho de transporte, levando-o até aos moldes que serão cheios com gestos que não admitem hesitações. Molda-se o ferro, repetem-se técnicas milenares que só por si foram capazes de transformar a civilização humana. Hoje em Bustos, na Indústria Nacional de Ferramentas, como na China, no século I antes de Cristo.
Belino Costa




Indústria Nacional de Ferramentas, de Manuel Simões dos Santos e Filhos lda.
Telefone: 234 751 102
. Bustos.Portugal.

1 comentário:

  1. Anónimo21:19

    Excelente artigo. Pena é que isto retrate condições de produção e laboração extremamente primitivas, infelizmente ainda frequentemente encontradas em Portugal.

    ResponderEliminar