18 de dezembro de 2006

05.10.1859 - VISCONDE DE BUSTOS - 18.12.1944

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O testamenteiro do Visconde de Bustos foi o Dr. Manuel dos Santos Pato.
Grandes adversários políticos em terra tão pequena mas respeitavam-se como cidadãos. António Duarte Sereno, monárquico e católico – liderara um movimento popular a impedir o arrolamento das peças da capela – combate a 1ª república e a seguir ao 28 de Maio de 1926, milita na União Nacional, até chega a dar posse a uma comissão da Junta de Bustos
O Dr. Manuel dos Santos Pato, republicano convicto, ateu e anti-salazarista, em 28 de Maio de 1926 era conservador do Registo Civil e exercia funções de presidente da Câmara. Foi um dos saneados da ditadura.

Apesar de adversários, respeitavam-se a tal ponto que o Visconde de Bustos (sr. Visconde) confiou a execução do seu testamento ao Dr. Pato, da Barreira. [Por ironia, no mesmo palacete onde foi lido o testamento, hoje, os confrontos verbais entre candidatos a candidatos e defensores de várias camisolas partidárias são de tal modo agrestes que por vezes até parece que faz “rebentar a erisipela”].

Tudo corria normalmente, quando o Dr. Pato mal chega ao fim da leitura do testamento, um familiar levanta-se bruscamente e exclama «Ai o filho da mãe, (que?) não me deixou nada![1]» e arranca sala fora.

[1] Este episódio foi relatado por uma testemunha que já partiu para a o lugar da Memória de Bustos.

sérgio micaelo ferreira

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