17 de novembro de 2006

3 -“REPÚBLICA”: UMA VISÃO DE BUSTOS

O artigo publicado no “República” de 6 de Junho de 1959 é um texto não assinado, mas que revela bem quanto o seu autor ficou sensibilizado e soube interpretar a dinâmica e os valores de uma geração de bustuenses que cultivou o bairrismo e o amor ao trabalho.

Depois de apresentar a freguesia de Bustos como a “mais próspera e progressiva do Concelho de Oliveira do Bairro” o articulista começa por se render ao bairrismo das suas gentes:
“Nunca o bairrismo dos seus habitantes, laboriosos e hospitaleiros se deixou de manifestar nos mais variados aspectos da vida local. Nunca os bons filhos da terra que se encontram na América do Norte e na Venezuela, ou espalhados pelos vastos territórios portugueses, deixaram de devotar ao seu torrão natal aquele amor e carinho que liga os homens à terra onde nasceram.”

Mais adiante o repórter confessa o seu reconhecimento por quem “fez do trabalho a sua coroa de glória”:
“Na nossa rápida visita a esta encantadora região – visita que nos ficou no coração, pela forma amável e hospitaleira como a sua laboriosa gente nos acolheu – vimos proprietários, possuidores de largos haveres, segundo nos informaram, trabalhando lado a lado com os seus jornaleiros. Dá a impressão que o Homem desta região fez do trabalho a sua coroa de glória, o seu único sonho, como diz um poeta, filho de Bustos e dedicado de alma e coração às coisas da sua terra:

Desse teu povo heróico,
Activo, forte e risonho,
Que moureja noite e dia
E que vive a arder num sonho.

Sim, sonho de engrandecimento, de progresso da terra e de melhores dias para todos os homens.”

Depois de enumerar “os bons estabelecimentos”, os progressos industriais, agrícolas, comerciais e outros, depois de destacar os nomes de beneméritos como o Dr. Manuel Santos Pato, Manuel Reis Pedreiras e Hilário Costa, o jornal enumera as grandes aspirações de então:
“Entre as diversas aspirações de Bustos queremos salientar a electrificação de todos os lugares da freguesia e a construção da estrada que a liga a Cantanhede e Mira. Além destas a construção de um posto de assistência social é obra que também se impõe.”
Termina em manifestação de confiança:
“Pelas reservas morais e energia incalculável da sua gente, e pela posição geográfica que ocupa, Bustos continuará a trilhar a senda do progresso. Será pelo esforço dos seus naturais que se tornará a grande vila do futuro.”

BC

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