1 de novembro de 2006

2006, 1º de Novembro - sinais da memória


HOUVE MILAGRE NO BARRILITO
O 1º de Novembro, ma mitologia celta/druida, assinala o fim de ano a passagem do verão para o inverno, o definhamento da natureza provocado pelo frio [para revivescer com a chegada da primavera] e vida regressava ao interior da casa ao pé da lareira.

O Samhain (Halloween), também marca o início da estação da cidra, marcao momento da realização de ritos e festivais onde os familiares e amigos serem honrados.

Seguindo José Manuel Barbosa, (em grafo galego):
“Esse dia era chamado polos gauleses Samónios e polos irlandeses Samhain ou Samhain e era umha festa à qual acodiam todas as pessoas dos povoados celebrando-se umha série de rituais relacionados com a justiça, o direito e a política à vez que dum ponto de vista religioso acreditava-se que a porta do Sidh, do além, do lugar onde moravam os mortos, era aberta para que aquelas pessoas que tinham deixado este mundo pudessem comunicar mais outra vez com aquelas outras que ainda nom o tinham deixado.[1]

A Igreja Católica serviu-se do ritual da mitologia celta, «formatou» em seu proveito, introduziu o Dia de todos os santos e o de finados (mais propriamente para os que estão a estacionados no purgatório e, para passar ao esquecimento o ano passou de 1 de Novembro para 31 de Dezembro.

A presença obrigatória de castanhas assadas no dia de ‘todos os santos’ é uma reminiscência do culto celta ibérico.

Pelo menos, esta tradição cumpria-se na cidade do Porto, conforme comentário LuisM em Domingo, 14 Novembro 2004:
"Por acasso na Sexta-feira estive pela numa vila tarde pola área do Porto e num bar tinham um cartaz que anunciaba literalmente "Festa do Magusto" com exactamente o mesmo nome que aquí pus Barbosa no artigo. Daí entre a perguntar-lhe ao camareiro e disse-me que essa noite iam fazer festa com castanhas... Tudo exactamente igual à Galiza norte ..." [1]

Uma nota: Os colegas *druidas* de Bustos têm de alertar o sr. Agostinho Pires, manager do Barrilito, a incluir no cardápio as castanhas assadas à 1º de Novembro.

A tradição do “Halloween” de cariz americano inunda as televisões e remete para debaixo do tapete os rituais celtas da península ibérica. Ao enésimo anúncio do TGV Porto-Galiza, poderá estar associado o dia Magusto ao dia 1 de Novembro.
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NO CEMITÉRIO
Bustos em dia de visita ao lugar da memória acordou com calor e muito sol. A música gravada mais parecia associar-se ao recente alcatroamento da rua e parque de estacionamento, não fossem as flores emprestarem o colorido ao mais respeitado condomínio da freguesia.

Em sobreposição ao discurso oficial, trocam-se abraços e endereços, recordam-se peripécias e da luta e do mourejar dos nossos e dos antigos, da arte de canteirar. ‘Tu por aqui?’ E acende mais uma vela. Tu por aqui? Marca-se a hora na cerimónia do barrilto.’ Tenho de ir buscar o Jack – cientista bem afreguesado em terras de Bustos. Bem cedo o cheiro a cera queimada empestava as narinas, mesmo em dia de alta pressão. ‘Está um calor dos diabos!’ ... Saiu e foi recolher-se na sombra. Pai-Nosso... o momento era de reflexão e de peditório para as almas. Cesta ao léu, à vista de todos ... as notas estavam ausentes. Também havia menos flores. É o polvo da crise a esticar os seus tentáculos.

O ***, um laico com ‘pedigree’, deseja que os fiéis de Jeová e da Igreja Evangélica do Sobreiro também possam discursar no cemitério. Todas as religiões têm direito, diz ... Vai ser o bom e o bonito...
'CONVERSÃO' DE FRED RAINEY
Seguindo o hábito, colegas cumpriram o cerimonial no santuário do barrilito. Foram sacrificadas algumas garrafas de baga tinto da Bairrada. O sacrifício atingiu os condutores. [para o ano deverá ser instituído “o carro de aluguer” no cerimonial].
Este ano brilhou Fausto Silva, com a sua aventura da saída de Angola no ano de 1975, - O episódio de Fernão Veloso, nos Lusíadas, fica muito aquém do aventureiro da Mamarrosa que aos 11 anos ‘cai’ no bairro da canata (Lobito), entrou por cunha nos caminhos de ferro ou seria no porto? Arranjam-lhe trabalho de fogueiro nos comboios a vapor, etc etc... fica para um dia. Se não houver antecipação, que bem merecia, já que a comemoração de 150 anos de caminhos de ferro portugueses não pode fazer esquecer o comboio movido a muito suor, muita água e muita lenha ou muitocarvão.
Nesta sessão operou-se um milagre. O colega Fred, que fizera a viagem com adeptos do celtic, logo no meio da cerveja, chegado ao altar de sacrifícios do barrilito fez as honras ao espumante da bairrada.
Foi dia de conversão.
Habemos milagre.
sergio micaelo ferreira
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[1]Recolhido de “ A origem da tradiçom pagá dos Magustos, e do Halloween”Portal Galego da Língua http://www.agal-gz.org/
Artigo da autoria de José Manuel Barbosa e publicado no jornal “La Región” em 11 de Novembro de 1997, e nesta altura reformado e ampliado para a sua publicaçom

1 comentário:

  1. dois pedidos de desculpas
    1)Fred Rainey é o verdadeiro nome do colega - terminologia da central barrilito - e não Jack.
    2) Não ter sido relatado o episódio recolhido no cemitério que envolveu o ti Júlio Barreiro, mecânico, Manoel Sérgio e a furgoneta Fordeca. Fica para o cronista da vila poder contar.
    srg

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