10 de agosto de 2006

SÃO LOURENÇO - UMA ESPREITADELA


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O Arquitecto Rocha Carneiro defendeu a colocação da imagem de S. Lourenço à entrada da Igreja, do lado direito. ‘Como patrono desta igreja, é o mordomo da casa e sendo assim, é o que recebe as visitas’. Esta tese não venceu.
No entanto, à entrada, uma gravura em madeira para serigrafia da autoria de um sacerdote [Monsenhor António Nunes Pereira, 1967, Coimbra] está colocada na parede do lado direito, junto ao caracol da escada de acesso ao coro. O plano de fundo da gravura tem o esboço da frente da Igreja de Bustos. No plano inferior lê-se o seguinte pensamento "COLOCOU OS SEUS BENS NAS MÃOS DOS POBRES. O SENHOR FEZ DELES UM TESOURO ETERNO, do Dr. João Evangelista de Jesus Simão
(sérgio micaelo ferreira, conversas com o Arquitecto Rocha Carneiro, 2000)


O dia de hoje, dedicado ao diácono São Lourenço, a igreja vai ser muito visitada.
Templo abandonado e maltratado pela incúria dos seus fiéis, reúne algumas peças de vários Artistas: por exemplo, Evaristo Pinto,
Arquitecto Rocha Carneiro,
Engºs Neo Pato e Neftali Sucena,
Mestre Júlio Resende – ainda não recebeu a mais pequena lembrança pelo seu trabalho; X. Costa;
Cândido (?) Figueiredo;
António Ventura (Arganil);
Guilherme Tedim;
A. Nunes Pereira

Segue uma parcela do texto “desfolhando a memória” do Artista Monsenhor António Nunes Pereira, para o eventual visitante poder distrair-se com a vista.

«Julgo que já nessa altura ali existia a Via-Sacra, em pequenos painéis de madeira esculpida, obra dum grande artista arganilense, António Ventura, mas o Padre Vidal queria, então que lhe fizesse um painel representando o diácono S. Lourenço a distribuir esmolas aos pobres. Lá está, à entrada do templo, o meu trabalho, em xilogravura, executado na sacristia da igreja de S. Bartolomeu, em Coimbra. Na mesma altura e a seu pedido, desenhei uma Virgem do Leite, para ser executada em escultura de madeira, trabalho que foi fielmente executado pelo escultor Guilherme Tedim. Poucos anos depois o Padre Vidal pediu-me o desenho para um sacrário, e ele mesmo deu. a ideia: duas mãos a suportar o sacrário; o mesmo escultor o executou primorosamente.
Faço questão de deixar bem registado o nome deste escultor, cuja goivada vigorosa e exacta não se confunde com o apuradinho de certos imaginários apuradinhos»-


(in, Monsenhor António Nunes Pereira, O Padre António Henriques Vidal, 1-03-2001, Correio de Coimbra)
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Vale a pena uma espreitadela pelas paredes do templo. Não sei se haverá algum folheto a guiar o «turista».
...
E ala, que se faz tarde.
Pois “El Rincón” já pendurou o ramo de louro.
sérgio micaelo ferreira

1 comentário:

  1. Tenho ideia que há uns anos alguém escreveu no Jornal da Bairrada um artigo sobre estas questões artísticas da igreja de Bustos.
    As obras de arte que possui, de facto, merecem um folheto explicativo e uma referência nos roteiros turísticos da nossa região.

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