4 de junho de 2006

SABE-SE LÁ

Lá porque ando em baixo agora/ Não me neguem vossa estima/
Que os alcatruzes da nora/ Quando chora/ Não andam sempre por cima/ Rir da gente ninguém pode /Se o azar nos amofina /E se Deus não nos acode /Não há roda que mais rode /Do que a roda da má sina.

Sabe-se lá/ Quando a sorte é boa ou má/ Sabe-se lá /Amanhã o que virá /Breve desfaz - se/ Uma vida honrada e boa /Ninguém sabe, quando nasce /Pró que nasce uma pessoa.

O preciso é ser-se forte/ Ser-se forte e não ter medo/ Eis porque às vezes a sorte /Como a morte/ Chega sempre tarde ou cedo/ Ninguém foge ao seu destino/ Nem para o que está guardado/ Pois por um condão divino /Há quem nasça pequenino/ Pr'a cumprir um grande fado.

Amália Rodrigues

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