26 de janeiro de 2006

AINDA SOBRE O CENTRO DE BUSTOS


É gratificante, uma vez mais, ouvir discussões sobre a presente situação do Centro de Bustos. Isso é bom, ainda que só isso não seja o bastante. Digo isto porque estou a assumir que o último objectivo será o de ver melhorar as condições do centro histórico da nossa terra. Antes de se iniciar um movimento que leve à preparação de um plano urbanístico de recuperação/reabilitação para o Centro, haverá um certo número de coisas que deverão ser realizadas. Para que possamos compreender, o melhor possível, o problema que o Centro enfrenta, será necessário documentar o papel social, cultural e económico que ele teve em anos passados. Depois disso, deverão ser explicadas e documentadas com clareza as razões que levaram ao declínio da importância do Centro.
Como é do conhecimento geral, centros urbanos estão constantemente a ser afectados por forças e factores, interiores e exteriores, que contribuem para, ou causam, evoluções e mudanças, umas vezes para o melhor, outras vezes para o pior. Estudando e documentando as razões que no passado contribuíram para a importância do Centro de Bustos, e documentando também as circunstâncias que levaram ao seu declínio como centro social, cultural e económico, poderemos ajudar-nos a estabelecer objectivos realistas para a reabilitação do Centro da Vila. Não me admiraria se o papel a ser exercido pelo Centro no futuro tiver que ser muito diferente daquele que conhecemos no passado.
De momento eu diria que é prematuro começar a tomar posições sobre o que deve ser feito com este ou aquele edifício.
É necessário, antes de tudo, saber bem a história daquela zona, a sua importância no passado e as razões e os factores que contribuíram para o presente estado de coisas. Será uma maneira de conhecermos um pouco do nosso passado e do nosso presente antes de começarmos a falar inteligentemente do futuro.

Alcides Freitas

2 comentários:

  1. Anónimo11:04

    Esta abordagem do Alcides Freitas é, à evidência, correcta e verdadeiramente esclarecedora. Mas é curta, abreviada, portanto temos de a entender nos seus alcances. Quer dizer: o centro de Bustos antigo teve tudo a ver com os costumes gerais da população em redor, com as suas formas de trabalho e economia, etc. Mas agora tudo isso mudou! Os costumes (os gostos, os hábitos) são outros! A malta anda de carro, não de carroça. Mora em habitações cada vez mais de tipo urbano, já não rural. Urge preservar este tipo de ocupação de espaço, dando porém algum lugar a outras novas utilizações. Enfim, consumou-se uma enorme viragem! É preciso ponderar tudo isto devidamente para se poder ter opinião fundamentada sobre o assunto. O texto do Alcides chama o debate à pedra branca. Obrigado, amigo!

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  2. Há ideias para o centro de Bustos, ideias que ouvi na passada 6ª feira, no meio duma reunião entre as Direcções da ABC e do Orfeão. Ideias que merecem todo o apoio da Terra, à moda antiga (1979/81-Palacete do Visconde).
    O Orfeão precisa de espaço como de pão para a boca, que o que ocupa na ABC é uma vergonha. Basta pensar nas actividades desenvolvidas pelo Orfeão (grupo de cantares, orfeão propriamente dito, escola de música, dança, ginástica).
    Ve-se logo que não somos da Palhaça...
    Ou é o engenho que nos falta?
    Ou, afinal, tudo não passa de falta de peso político??

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