23 de maio de 2005

+ FEIRA DO LIVRO DE AVEIRO

Encerra a 5 de Junho (Domingo)
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'OS LIVROS DA FEIRA'
Uma colagem a partir de Arsénio Mota, em “Letras sob Protesto”, Campo das Letras, 2003

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Pertencemos à galáxia de Gutenberg. …
… um fulano sai ao encontro dos livros, muitos livros, e encontra-se com pessoas, mas outras vezes são os livros que nos levam ao encontro das pessoas.
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Velha feira sempre moça, para ti corremos querendo mergulhar na multidão e naufragamos numa multidão de pessoas. Numa feira cabe muita gente, nos livros cabe todo o mundo – este mundo no seu duplo tamanho: o real e o sonhado.

Digam os críticos o que disserem, os livros ainda são as melhores máquinas de ensinar por meio da escrita fonética.

Os livros são inesgotáveis como os caminhos do labirinto que construímos para nele nos perdermos. Por isso os livros chegam a incomodar homens finitos em demasia, exactamente porque lhes fazem sentir a finitude. Mas todos os que sentem saudades do infinito não os dispensam.

Lêem-se poucos livros em Portugal, lamentavelmente, e o facto tem atirado para o esquecimento obras fugazes que poderemos um dia vir a relembrar. Faltam leitores, posto que se saiba, tautologicamente, que «ler mais é saber mais». Faltam leitores capazes de trespassar a mera «casca» de um livro, a sua banal aparência, e de lhes atingirem a essência …
Aprender a ler ao longo de quanto a vida nos dure ainda é melhor do que saber ler, eis o que nos sugere a multiplicidade das vozes que se faz ouvir nesta polifonia.

(Sérgio Micaelo Ferreira, responsável pelo realinhamento. É devido um bem-haja a Arsénio Mota e à Campo das Letras, Editores)

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